martes, 17 de julio de 2012

IMPERMANÊNCIA

Um dos princípios do ensinamento budista, e pilar de toda a sua filosofia, a IMPERMANÊNCIA é uma das lições mais caras e difíceis de aprender, e que deveríamos praticar todos os dias, talvez como no filme de Bertolucci, "O pequeno Buda", em que os monges constroem delicadas mandalas com areia colorida, e logo após a conclusão do belo trabalho, destroem tudo com as mãos, demonstrando na prática que nada é permanente.

No lado Ocidental, vemos Jesus caminhando sem nenhum bem, sem nenhuma posse, lembrando que o filho de Deus não tinha sequer uma pedra onde deitar a cabeça na hora de dormir, em exercício de desapego total.

Quase todo o sofrimento humano decorre do apego que mantemos por pessoas, objetos ou fatos que marcam a nossa vida.

Sabemos que tudo tem um fim, mas vivemos como se tudo fosse durar pela eternidade; por isso, ainda nos espantamos com a morte, nos deprimimos com frustrações, sofremos com as traições, quase morremos com os rompimentos de relacionamento.

Não é fácil aceitar a IMPERMANÊNCIA, nem desapegar-se de coisas tão queridas, mas como disse o mestre Dogen: "Ensinamento que não parece forçar alguma coisa em você não é verdadeiro ensinamento". Pratique diariamente a IMPERMANÊNCIA, refletindo nas mudanças que já ocorreram com você, e concentre-se na felicidade, que é simples, mais simples do que imaginamos.

Veja se você não está colocando seus sonhos em prateleiras altas demais, em tempos e lugares distantes demais. A felicidade costuma estar perto de nós, nos lugares mais simples, ao alcance das mãos.

É isso que faz uma pessoa que acabou de perder a felicidade dizer: "Eu era feliz e não sabia". Você é feliz por estar aqui e deveria saber disso, sempre!
Paulo Roberto Gaefke

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